Para dar inicio à segunda etapa da implantação do Parque Tecnológico (TecnoBahia), foi autorizada, nesta quinta-feira (5), a liberação de R$ 19 milhões, sendo que R$ 17 milhões são recursos do Ministério da Ciência e Tecnologia e R$ 2 milhões contrapartida do Governo do Estado. Os recursos serão utilizados na implantação da Escola de Educação Científica, do Museu da Ciência e de um Parque Ambiental.
Na ocasião, foram assinados também convênios com a Universidade Federal da Bahia (Ufba) e a Universidade do Estado da Bahia (Uneb) para o fortalecimento do desenvolvimento tecnológico e científico do estado.
A primeira etapa do TecnoBahia vai ser concluída já no final deste ano, quando as obras de infraestrutura estiverem completas. Toda a parte subterrânea de tubulação, como energia elétrica, água, esgoto e cabeamento lógico, está pronta, restando apenas a conclusão das vias.
O TecnoBahia é concebido em três eixos centrais, o da inovação como instrumento de atração de empresas, o da tecnologia, que é a esfera institucional de suporte à interação entre universidades e empresas, e o da ciência, estratégia de fortalecimento da produção científica.
Segundo o ministro de Ciências e Tecnologia, Sérgio Rezende, os países desenvolvidos estão sempre na frente porque fazem produtos inovadores. Ele disse que o Brasil, por não ter tradição em ciência e tecnologia, não tem a cultura, principalmente o setor empresarial, de utilizar a pesquisa, o conhecimento e a inovação para fazer produtos competitivos. “Uma forma que os governos têm de estimular as empresas é por meio de um parque tecnológico”.
Prioridades - As áreas prioritárias de pesquisas desenvolvidas no TecnoBahia serão biotecnologia e saúde, energia e ambiente, tecnologia da informação e da comunicação, além de cultura e turismo. Previsto para ser concluído em dezembro de 2010, o parque está em uma área de 580 mil metros quadrados e tem um investimento total de R$ 125 milhões, sendo que R$ 25 milhões são de empresas privadas.
O prédio principal do Parque Tecnológico, o Tecnocentro, está sendo construído em uma área de 12 mil metros quadrados, orçado em R$ 34 milhões, onde serão abrigadas organizações governamentais que atuam na área de Ciências e Tecnologia. Já as instituições privadas poderão se instalar no local assim que as obras estiverem totalmente concluídas.
Estado já tem protocolos de intenção assinados com diversas empresas
Segundo o secretário estadual de Planejamento, Walter Pinheiro, o Governo do Estado firmou convênios e protocolos de intenção com diversas empresas, como a Oi, a Portugal Telecom Inovação, Petrobras, entre outras. Pinheiro disse que estas empresas vão utilizar os recursos para desenvolver produtos no Parque Tecnológico e não fazer uso do que elas já têm.
“As empresas podem investir em diversos tipos de pesquisas científicas e tecnológicas nas áreas de agricultura, saúde e desenvolvimento de softwares”, disse Pinheiro. O secretário afirmou que o funcionamento do Parque Tecnológico será iniciado antes mesmo da estrutura estar concluída. As práticas cientificas poderão ser desenvolvidas nos centros de ciências e nas universidades que firmaram convênio com o Governo do Estado.
“Acredito que o TecnoBahia será um ícone de produção tecnológica e pesquisa, dinamizando a economia, as universidades, a produção cientifica, disse o governador Jaques Wagner. Segundo ele, ciência, tecnologia e inovação são fundamentais para o crescimento do país. “Além disso, a sociedade será beneficiada com mais geração de emprego e também com os resultados das pesquisas que influenciará positivamente na vida de todos”.
Preocupação ambiental
O projeto do Parque Tecnológico tem a preocupação com o desenvolvimento sustentável e com a responsabilidade ambiental, já que o parque fica localizado em uma área de Mata Atlântica. São utilizados, na obra, materiais ecologicamente corretos. O sistema viário está sendo construído com piso intertravado, que tem maior aderência em relação ao asfalto, permitindo a redução de resíduos e a permeabilidade superior aos pisos tradicionais. Isto possibilita que o solo absorva uma maior quantidade de águas das chuvas.
Para a rede de energia elétrica, haverá postes de madeira provenientes de áreas de reflorestamento. Ciclovias e trilhas ecológicas contarão com baba de cupim, uma liga que substitui o cimento. O projeto conta com áreas de preservação permanente para onde são deslocadas as espécies de animais. Nessas áreas, está sendo realizado um processo de enriquecimento da fauna e da flora, com plantio de muda de espécies nativas que não existem mais no local.
Segundo o secretário de Ciências, Tecnologia e Inovação, Eduardo Ramos, as empresas que se instalarem no Parque Tecnologia terão que cumprir metas sustentáveis. O objetivo é incentivar a utilização de energias e materiais alternativos.
Emprego
O Parque Tecnológico ainda não ficou pronto, mas já beneficiou cerca de 200 pessoas que trabalham no canteiro de obras, localizado na Paralela. O ajudante de Pedreiro, Antonio José Silva Bispo, 27 anos, é um dos beneficiados com a obra. Depois de ter ficado nove meses sem emprego, Antonio está satisfeito com o trabalho. No total, o Parque Tecnológico deve empregar cerca de cinco mil pessoas em até cinco anos.
“Fiquei bastante feliz quando fui convocado para trabalhar nesta obra. Tenho carteira assinada, recebo meu salário direitinho”, comemorou. Antônio disse que vivia de bico, mas nem sempre conseguia trabalho e ficava desesperado quando chegava o dia de fazer compras e não tinha dinheiro. “Tenho um filho e ficava muito preocupado por não ter dinheiro para comprar a comida dele. Agora, enquanto estiver aqui, vou ter minha renda”.
Fonte: Agecom
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