sexta-feira, 9 de julho de 2010

Emissário Submarino da Boca do Rio beneficia 1,1 milhão de pessoas

O esgoto doméstico de Salvador e de Lauro de Freitas vai ter destino correto: o alto mar. Com 99% dos trabalhos concluídos, dentro de poucos dias, o Sistema de Disposição Oceânica do Jaguaribe iniciará suas operações, beneficiando cerca de 1,1 milhão de pessoas. O que até pouco tempo era um canteiro de obras, hoje é a estação de tratamento, e com o emissário submarino assentado na praia dos Artistas, na Boca do Rio, o esgoto será lançado a 3.600 metros da praia, sem risco ambiental.


Todo esgoto doméstico passará por um interceptor e direcionado para uma tubulação que vai chegar à estação elevatória do Saboeiro. De lá, os resíduos passam pelo primeiro tratamento e serão bombeados para a estação de condicionamento prévio. “Esse sistema é composto de um par de grades e de uma grade mecanizada. O procedimento consegue tirar sólidos grosseiros e areia”, diz o engenheiro do emissário Igor Araújo, ao explicar o funcionamento do sistema.

Segundo Araújo, falta basicamente realizar os testes com os equipamentos, já agendado para a próxima segunda-feira (12). Após verificação, será iniciado o processo de pré-operação. Cerca de 100% do esgoto encanado de Salvador terá a destinação correta, por meio de emissários submarinos do Rio Vermelho e da Boca do Rio. O antigo emissário do Rio Vermelho era responsável por atender 82% da demanda de esgoto de Salvador, há 30 anos, e estava operando na sua capacidade máxima (8,3 mil litros de esgoto por segundo).

“Com o novo emissário vamos atender quase 100% da demanda de esgoto de toda a cidade. Ao invés de ser jogado à beira mar, ele será disperso em alto mar, lançado a 3.600 metros da praia, a uma profundidade de 45 metros. De acordo com estudos especializados, os detritos não vão retornar para a praia, sendo absorvidos pelo oceano, sem risco ambiental”, esclarece o engenheiro.

Foram investidos aproximadamente R$ 260 milhões, 75% oriundos do Pac Saneamento, numa Parceria Público-Privada. A primeira PPP do Brasil na área de esgotamento sanitário torna Salvador a segunda maior capital em saneamento. Os quase quatro mil quilômetros de tubulação do sistema de tratamento e disposição oceânica de esgotos da Boca do Rio vão permitir o tratamento e o transporte final do esgoto doméstico produzido, além de ajudar a despoluir a Baía de Todos os Santos.

Sem lixo e sem alagamentos
Para o morador de Lauro de Freitas, Alex Souza, guardador de carro há 10 anos, que trabalha na orla da Boca do Rio, o emissário chega em boa hora para a população, além de valorizar o litoral soteropolitano. “É sinal de que a cidade só tem a crescer e ganhar com isso. As pessoas vão chegar e constatar que as praias estão 100%. Quando chovia o rio daqui transbordava e o lixo descia para mar. Espero que com o emissário isso não ocorra mais”, disse.

Já o técnico em eletrônica, morador de Periperi, André Germano, diz acreditar que a obra vai resolver o problema de bairros marcados pelo odor de esgotos abertos. “É uma obra que vai trazer benefícios para a população, devido ao tamanho dela e que provavelmente vai melhorar a condição do esgotamento sanitário da cidade. É um investimento que já estávamos esperando há muito tempo”. Ele lembra a população e entidades responsáveis pelo meio ambiente, sobre a importância de exercerem o papel de agente fiscalizador.

“Apesar de morar em Itapuã, passo todos os dias pela orla da Boca do Rio e sinto o mau cheiro. Em época de chuva, a coisa complica mais ainda, pois nessa área o rio sobe e alaga as residências na região da Avenida Jorge Amado, Bate Facho e Irmã Dulce”, conta o taxista Odenir Oliveira, lembrando que muitos moradores se queixam das muriçocas, mau cheiro e doenças. Salienta que com o emissário a qualidade de vida vai melhorar nessas regiões mais carentes.

O sistema contemplou a construção do Emissário Submarino da Boca do Rio, do Emissário Terrestre, da ampliação da Estação Elevatória de Esgoto do Saboeiro, da construção da Estação de Condicionamento Prévio e da Linha de Recalque. A implantação vai garantir o tratamento adequado e a disposição final esgotos gerados nos dois municípios de maneira rápida e segura.

Fonte: Agecom

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