As duas primeiras frentes de trabalho da Via Expressa Baía de Todos-os-Santos prosseguem em ritmo acelerado para que sejam concluídas em setembro deste ano. As etapas iniciais correspondem à Rótula do Abacaxi e à Ladeira do Cabula.
De acordo com o diretor de Obras Estruturantes da Companhia de Desenvolvimento Urbano da Bahia (Conder) e coordenador executivo do projeto, Flávio Oliveira, nem as chuvas irão comprometer a entrega das obras. “A empreiteira colocou uma jornada adicional e ampliou de 1.200 para quase dois mil o número de operários. Apesar da chuva pretendemos concluir dentro do prazo previsto”.
Mais de 40 mil veículos trafegam pela Rótula do Abacaxi, diariamente. Algumas intervenções realizadas no sistema viário já melhoraram o tráfego na região. Com uma proposta arrojada de integração econômica, o complexo viário, onde serão investidos R$ 381,1 milhões, será o principal acesso da BR-324 ao Porto de Salvador, com a intenção de ampliar ainda mais o desenvolvimento social.
Aproximadamente 1,5 milhão de baianos serão beneficiados pelo projeto, que terá túneis, passarelas, viadutos, ciclovias, calçadão e urbanização de encostas. Algumas das intervenções já vêm sendo utilizadas com frequência pela população e já apresentaram melhoria no tráfego da região da Rótula. “Parte do sistema viário, que inclui o desvio que fizemos, é definitivo. Recentemente, pavimentamos na frente do estacionamento do Extra e da concessionária Mitsubishi. São trabalhos definitivos”, explica o diretor.
Com a entrega das duas primeiras etapas, a expectativa é de que 60 mil carros passem a trafegar pela Rótula do Abacaxi. Dia e noite, inúmeros equipamentos e várias máquinas pesadas, operadas por trabalhadores devidamente uniformizados, dividem espaço com os milhares de veículos e pedestres que transitam pelo local.
Motoristas satisfeitos
Bem informado, o eletricista Luiz Oliveira afirmou que dirige regularmente pela região, onde está concentrada a maior parte dos trabalhos. “É um empreendimento que, além de desafogar o trânsito, será bom para o desenvolvimento, para a agricultura e facilitará o acesso da produção ao Porto de Salvador”.
Roberto Pires é outro condutor que trafega diariamente pelo trecho. O motorista ficou impressionado com o andamento das obras. “Estou gostando do trabalho. Está bem rápido. Tem muita gente trabalhando nela. Eu passo por aqui todo dia. Vai melhorar muito pra população desta área e será importante, não só pra mim, mas para todos que precisam de transporte”.
Inevitavelmente, segundo técnicos da Conder, toda a movimentação causa alguns transtornos aos moradores. A modificação em determinados pontos do trânsito e o entra e sai de máquinas e caminhões no canteiro de obras, mexe com o cotidiano da população que vive no entorno, mas não tira a confiança de que o desconforto em breve dará lugar a uma das mais imponentes obras de infraestrutura, comparada ao Arco Rodoviário, do Rio de Janeiro, e ao Rodoanel de São Paulo.
O militar aposentado, José Antônio Alves Pereira, é um dos moradores do Condomínio Eugênio Teixeira, que possui 160 apartamentos, nas imediações da Frente 1 (Cabula/BR-324). Pereira vê a Via Expressa como sinônimo de valorização dos imóveis da região. “É um transtorno momentâneo. Futuramente, a tendência é melhorar, desengarrafar totalmente o trânsito aqui na Rótula do Abacaxi. Será bom pra gente. Eu espero isso”.
Empresa contrata novos operários
Os quase dois mil operários já contratados pela construtora não impedem a seleção de mais profissionais. No escritório da empresa, localizado próximo à Rótula do Abacaxi, moradores que já possuem experiência em alguma área da construção civil também passam por entrevistas pela equipe técnica. Muitos querem ser coadjuvantes do projeto como o carpinteiro Antônio Joel Gonçalves.
Munido dos Equipamentos de Proteção Individual (EPI) e há cinco anos trabalhando no ramo, Antônio soube da oportunidade por meio de um amigo. “Está sendo um grande orgulho, para mim, trabalhar na Via Expressa. Uma obra que vai expandir o nosso comércio para outras partes do Brasil. Estamos, aqui, na luta do dia a dia. Espero chegar até o final da obra nesse pique”.
Processo de desapropriações passa por audiência pública
Toda a gestão ambiental da obra é executada por meio de uma parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Nacional (Senai). Ao todo são sete frentes de trabalho. Na frente 3, região da Ladeira da Soledade, os trabalhos também começaram e seguem a todo vapor. No local estão em andamento os serviços de escavação que darão lugar aos túneis que ligarão o Comércio à Estrada da Rainha.
A divisão por etapas foi considerada com base no número de residências e comércios existentes no trajeto da via (4.297 metros). Na frente 4, os trabalhos também iniciaram e estão na fase preliminar. A execução do projeto e o mapeamento do entorno permitiu a identificação de 136 famílias que possuem renda inferior a três salários mínimos. Graças a este trabalho, elas foram cadastradas no Programa Minha Casa, Minha Vida, do Governo Federal.
Até o final da obra serão realizadas desapropriações em 770 unidades habitacionais distribuídas nos 11 bairros ao longo do percurso. Todas as decisões são tomadas em audiências públicas com a presença de lideranças comunitárias e membros de associações que representam os moradores.
Após a identificação dos imóveis pela Comissão de Avaliação da Conder, as reuniões são organizadas pela Coordenação de Desapropriação que é composta de advogados e sociólogos. “A comissão utiliza critérios técnicos para fazer todas as análises imobiliárias. Cada imóvel é singular. Cada caso é um caso. Existe uma coordenação na obra que acompanha e convida os proprietários para fazer as negociações e solicitar todas as documentações do imóvel. Não tivemos problemas com os recursos. Todas as indenizações estão sendo pagas e em dia”, garante o diretor Flávio Oliveira.
Fonte: Agecom
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