quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Tambores do Ilê Aiyê anunciam o Novembro Azeviche da Sedes

Os servidores da Sedur, Edmilton Cerqueira e Ivonei Pires foram dois dos homenageados na abertura do Novembro Azeviche

Hoje os corredores da Secretaria de Desenvolvimento Social e Combate à Pobreza (Sedes) tremeram com os tambores do Ilê Aiyê. Eles anunciaram, com o som da resistência do povo negro, o Novembro Azeviche contra o racismo institucional.

O evento é uma reprise do ano passado, quando o deputado estadual licenciado e secretário Valmir Assunção homenageou os funcionários da Sedes através de exposições fotográficas dos próprios servidores que se auto-declararam negros. Desta vez, as paredes da secretaria também estão estampadas com fotografias de lideranças negras que desempenham papéis importantes para a história da Bahia. Diversas delas estiveram presentes no lançamento do calendário de atividades do Novembro Negro e se emocionaram com o encontro.

“Um momento histórico de reunião de lideranças”, disse Ivete Sacramento. “A sensação que tive foi de uma efetiva ocupação”, testemunhou Jussara Souza, delegada da 28ª DP, no Nordeste de Amaralina. E ressaltou: “Estar no centro das decisões faz uma diferença enorme”, disse se referindo à ocupação de Valmir Assunção numa instância formal de poder. Alaíde do Feijão, homenageada também presente no evento, chegou a falar da Sedes como uma “secretaria de sensibilização dos movimentos sociais”. E o professor de Direito da Ufba, Samuel Vida, pontuou que Valmir Assunção, em sua pasta do Desenvolvimento Social pôs, de fato, em xeque o modelo social excludente. “Mas ainda temos muito o que garantir para que esse projeto democrático inclua nossas demandas como prioridade”, lembrou.

Sérgio São Bernardo, ex-coordenador do Programa Bolsa Família, gerido pela Sedes, ressaltou que a maioria das iniciativas desempenhadas pela secretaria é voltada à população negra. “Certamente isso modificará as estatísticas mais adiante”, previu.

“O que estamos fazendo na Sedes é a nossa convicção. Quem são as mais de 6 milhões de pessoas que dependem do Bolsa Família para sobreviver? É a população negra, que ocupa três vezes mais os piores índices de insegurança alimentar na Bahia. Se é para combater a pobreza, temos que direcionar as políticas públicas para quem mais é atingido por ela”, disse Valmir Assunção.

Consciência – O Novembro Azeviche foi levado à secretaria pela servidora Mércia Lima, inspirada no batizado que o grupo afro Ilê Aiyê deu ao Novembro Negro, mês de mobilização dos diversos segmentos da comunidade negra. O objetivo da mostra fotográfica, que começou hoje (16) e vai até o dia 20, é levar cada servidor a refletir sobre a sua identidade e conhecer um pouco sobre negros e negras da Bahia que vêm conquistando direitos negados ao longo da triste história brasileira, desde a Diáspora Negra.

De acordo com Assunção, o Novembro Azeviche contribui com o dever do Estado em promover a integração dos variados seguimentos sociais e o combate das práticas discriminatórias, seja no âmbito das relações pessoais, do trabalho, seja no domínio das relações institucionais.
O evento é prova de que, onde Valmir Assunção estiver, ele dará sempre uma conotação de reparação em suas ações, a exemplo do Estatuto Estadual da Igualdade Racial e Combate à Intolerância Religiosa, projeto de sua autoria e que deve ser votado até o final deste ano, na Assembleia Legislativa.

Fonte: Ascom/Sedes

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