quinta-feira, 9 de julho de 2009

Terreiro de candomblé em Lauro de Freitas recebe Centro Digital de Cidadania

Meninos e meninas atendidos na Fundação Cultural Ajagunã estavam empolgados com uma sala nova, inaugurada nesta quinta-feira (9) no espaço onde têm atividades ligadas ao Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (Peti). O terreiro de candomblé, que tem um forte trabalho social com a comunidade de Areia Branca, em Lauro de Freitas, tem agora um Centro Digital de Cidadania. São dez computadores ligados à internet para o acesso gratuito às ferramentas da informática.

O diretor-presidente da Fundação e também gestor do CDC, Igor dos Santos Mascarenhas, destaca que o espaço vai ter uma série de atividades que vão além do livre acesso aos computadores. “Vamos dar cursos para as crianças do Peti, trabalhadores de uma fábrica de alumínio aqui da vizinhança, idosos e outras pessoas da comunidade. Havia uma grande ansiedade para que o sonho de ter este instrumento fosse realizado e, agora, vamos poder ampliar nosso trabalho”, comemora. O objetivo é também integrar a informática às oficinas de percussão, penteado afro e capoeira.

Entre os adolescentes, muitos já mostram intimidade com o computador, usado principalmente para pesquisas escolares. É o caso de Jamile Souza, de 13 anos, que está na 8ª série. “Uso a lan house em média duas vezes por semana, mas agora não vou mais precisar gastar dinheiro para fazer os trabalhos da escola. A internet me ajuda muito a aprender”, conta. Já Aminadabe Mota, de 11 anos, usava apenas o computador da casa de um tio. Agora, vai criar uma conta de e-mail. “Vou mandar mensagens e fotos para meus primos que moram no Rio de Janeiro e em São Paulo”, diz.

Para a coordenadora executiva do Programa Cidadania Digital, Rúbia Carvalho, é fundamental que as unidades contemplem os mais variados tipos de parceiro. “Hoje, inauguramos este Centro em uma fundação ligada a uma religião de matriz afro, amanhã (10) vamos abrir uma unidade em parceria com a Câmara de Vereadores de Salvador. São associações de moradores, escolas, igrejas e tantos outros parceiros que fazem parte desta rede de combate à exclusão digital”, ressalta. Já são mais de 700 Centros Digitais de Cidadania abertos em todo o estado.
Cidadania Digital

O Cidadania Digital é coordenado pela Secretaria Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti), e foi contemplado em 2008 com o Prêmio A Rede como melhor programa estadual de inclusão digital do Brasil. Foi o segundo prêmio de relevância nacional conquistado pelo Cidadania Digital, em dois anos. Em 2007, o programa venceu o Top Social, considerado um dos mais importantes prêmios de responsabilidade social do Norte e Nordeste.

O Cidadania Digital tem como foco a inclusão sociodigital e, para isso, foram implementadas ações de capacitação, cidadania e novas possibilidades de renda para as comunidades envolvidas. “Além de fomentar o uso dos CDCs existentes pela população, a Secti está ampliando a rede de centros, contemplando bairros periféricos, assentamentos rurais, comunidades de quilombolas, afro-descendentes e indígenas”, explica o secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação, Ildes Ferreira. Cada CDC é equipado com dez computadores, impressora e internet banda larga.

O principal público beneficiado pelo Programa de Inclusão Sociodigital é de baixa renda. Dados do Sistema de Cadastro do Cidadão apontam que quase 90% dos usuários têm renda familiar de até dois salários mínimos. O sistema de cadastro também revela que os jovens são o público prioritário do Cidadania Digital: 67% dos usuários têm até 21 anos de idade e 93% do público freqüenta escola pública.

Fonte: Agecom

Nenhum comentário:

Postar um comentário